Os problemas respiratórios são decorrentes de enfermidades que atingem os órgãos e as estruturas do sistema respiratório: vias nasais, faringe, laringe, brônquios, traqueia, diafragma, pulmões e alvéolos pulmonares. Esse tipo de doença pode começar apenas pelos pulmões ou em outras partes do sistema respiratório, como nariz ou traqueia.
Existem diversos fatores que potencializam as doenças respiratórias, em especial fatores genéticos e agentes ambientais. Histórico familiar, má formação na região respiratória, obesidade, sedentarismo, excesso de atividades físicas, variações no clima, umidade, temperaturas baixas, exposição a partículas de poeira, ácaros e fungos, entre outros.
Em relação a patologias da construção os agentes ambientais são responsáveis pelo desenvolvimento de algumas doenças respiratórias, em especial os fungos. O mofo ou bolor é uma designação dada aos fungos filamentosos que vivem principalmente em lugares úmidos e escuros. Esses pequenos organismos provocam alergias e são responsáveis por desencadear episódios de rinite, bronquite, asma e até mesmo pneumonia.
Nas edificações o aparecimento do mofo é ocasionado devido a infiltrações que em sua grande maioria são provenientes de dois lugares: fundações ou telhado.
Uma das patologias mais comuns nas edificações são causadas pela umidade vinda do solo, a chamada infiltração ascendente. São aquelas que estão próximas a base das paredes. Isso ocorre devido a falta de impermeabilização nas fundações ou utilização inadequada dos impermeabilizantes.
Para evitar infiltrações provenientes do solo é de extrema importância a impermeabilização das fundações através de mantas ou barreiras de material plástico sob o piso. Pode-se também prevenir futuras infiltrações tomando algumas medidas simples, como o aumento dos beirais e o correto caimento das calçadas em sentido contrário as paredes.
No caso da edificação já construída será necessário tomar uma medida paliativa. Se a infiltração é proveniente do solo deve-se remover o reboco cerca de 50 cm acima da marca da infiltração e aplicar produtos impermeabilizantes e depois fazer um novo reboco com acréscimo de aditivos. Essa medida pode não resolver o problema para sempre, por isso a importância da impermeabilização das fundações.
Quando a infiltração desce a parede ou mancha a laje/forro é necessário investigar as condições do telhado e laje de cobertura. Na maioria das vezes está relacionado com a posição das telhas, obstrução de calhas e ralos. É interessante também a aplicação de impermeabilizantes em lajes de cobertura e nas paredes evitando a infiltração de águas de chuva.
Há ainda outros tipos de infiltrações nas residências, como a água de chuva que entra por peitoris e frestas de janelas e vazamentos de tubulações hidráulicas e sanitárias. Nos casos de janelas e peitoris é necessário fazer a vedação entre os elementos através de silicone ou espuma expansiva e deve-se repetir o processo sempre que necessário. Nos casos de vazamentos de tubulações é possível identificar através do reboco “fofo”, pintura descascando, mofo e revestimento desplacando. Será necessário descobrir o local do vazamento e estanca-lo. É importante ressaltar o uso de materiais de qualidade e profissionais capacitados para execução dos serviços.
Todas as patologias descritas causam o mofo nas residências e consequentemente as doenças respiratórias. Por esse motivo evitar as infiltrações sempre será mais simples que as combater. É fundamental realizar a impermeabilização das fundações e usar sempre materiais e mão de obra de qualidade. Fazer manutenção no telhado regularmente e sempre tomar o cuidado ao fazer furo nas paredes, evitando as hidráulicas.
Uma dica importante é a disposição dos móveis nos ambientes, evite sempre deixá-los em paredes externas, pois estas estão mais susceptíveis a umidades provenientes das águas de chuvas. Lugares fechados são ótimos ambientes para a proliferação de bactérias que, eventualmente, podem se instalar nas pessoas que frequentam aquele lugar. Por isso, procure deixar as janelas abertas sempre que possível.
Por Elizabeth Rodrigues
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